Em 2014 tive o prazer de conhecer o jornalista Fábio Campana, uma das grandes cabeças pensantes do Paraná. Fala mansa, bom de conversa, extremamente culto, era um apaixonado por política, pela cultura, por charutos e pelo nosso litoral do Paraná. Gostava de sentar e trocar ideias, deixando a pessoa tão à vontade, que parecia estar conversando com um amigo de infância, como ele mesmo dizia. Além de jornalista, grande escritor, e era dele a Travessa dos Editores, a mais conceituada editora do estado, que publicou nomes como Leminski, Wilson Bueno, Jamil Snege (um escritor e publicitário fora de série, com quem tive o privilégio de trabalhar), além de publicar a Revista Ideias. E foi pela Travessa que publiquei meu livro Contos da Carne, e tive a honra de vê-lo prefaciado pelo próprio Campana (trecho na imagem abaixo). Ontem, dia 29 de maio, o Fábio Campana, o homem que foi personagem anônimo de alguns contos do gênio Dalton Trevisan, o Barba, como chamava o Snege, partiu, mais uma vítima desta pandemia que parece não ter fim.
Fábio Campana deixa um legado e um vazio imensuráveis para a cultura do estado.
Vá em paz, mestre.
Paulo Ras
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