O que há entre o céu e a terra? Não sou muito de clichês, mas não poderia deixar de citar Shakespeare. “Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia”. Tenho pensado muito nisso, gosto de pensar que existe um lugar melhor, em um céu religiosos, não em um céu apenas que aves voam e aviões passam, mas sim um céu aonde possamos ter acolhimento espiritual reconfortante. Imagine quantas pessoas morreram neste período de pandemia, o céu está cheio de “vida”, está em festa com tantas pessoas maravilhosas que nunca deveriam morrer e morreram prematuramente. Como o apocalipse fala, só os ruins de coração ficarão na terra, porque os bons vão antes, para não sofrer as agruras terrenas. Será? Isto que nos resta? Viver em um mundo nada agradável?
Esta série “Entre o céu a terra” a qual transformei em livro da artista, é uma pequena homenagem a todos os que partiram na hora errada, partiram cedo de mais, dizem que morremos na hora que temos que morrer e nem um dia antes e nem um dia depois, mas acredito que este ditado não cabe nesta situação. Uma situação pandêmica a qual ninguém estava preparado e nem imaginava passar por isso.
Representei a terra como um negro profundo e o céu com cores suaves e iluminadas. Em momentos fica mais distante e em outros momentos o céu chega muito perto da terra, buscando vidas. Nas páginas opostas as pinturas estão nomes de pessoas que partiram, em uma busca incessante do meu ser em homenageá-las. Pessoas cada uma com histórias particulares únicas e intensas.
A artista
Vivien Zanlorenzi é formada pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná EMBAP, em Superior de Gravura, 1992/1995. Pós-graduada em História da Arte pela mesma instituição, em 2002. Trabalhou até o começo da pandemia em parceria com a Fundação Cultural de Curitiba. 33 exposições coletivas nos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro e Argentina. 4 exposições individuais e 11 Salões de arte. Participação no Livro Sobre Gentes Artes 2020.Entrevista na Revista Toró em janeiro de 2021 e Revista Sucuru em abril de 2021. Aprovação em 5 editais em 2020, sendo um deles na Funarte/RespirArte.
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