Manhã de Outono
- Revista Mar de Lá
- 11 de ago. de 2021
- 1 min de leitura

de Elizandra Sabino
Num canto da pétrea calçada
Sem atrair nenhum olhar compassivo
O ipê, outrora coroado de ouro
Despe-se de seu esplendor perecível
As efêmeras folhas evaporam devagar
Gotejam... caem uma a uma
E mergulhadas no silêncio
Inundam a rua inteira
Sem orgulho
Sem lamento
E sem luta alguma
O ipê seca por inteiro
Seus desvelados galhos dilaceram
Os últimos resquícios da bela florada
E ressequidos elevam-se a exaltar
A fugaz manhã de outono.
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