Sombras Malignas
- Revista Mar de Lá
- 15 de jun. de 2021
- 1 min de leitura

de Isabel K. Sparks
Querido Paul,
Se estiver lendo isso, pode ser que eu esteja morta. Há dias tenho sido espreitada pelo mais perverso mal, agora tenho certeza, ele habita nesta casa, nas sombras das paredes e atrás dos móveis, as tábuas do piso têm se movido sozinhas, acompanhadas pelos ruídos do sótão, durante a noite, dos quais causam-me tanto medo que jamais teria coragem de sequer levantar-me da cama para averiguar.
Desde a última quarta-feira, as coisas têm piorado, manchas de sangue aparecem todas as manhãs nas paredes e todas elas, marcam o número da besta. Estou assustada, parece que estou sendo perseguida e vigiada por algum tipo de entidade do mal, ao ponto de nem sequer conseguir mais sair de minha própria casa.
A comida está acabando e tenho medo de perecer de fome, pois as portas e janelas trancam-se quando me aproximo delas, assim como também se tornam inquebráveis, destruindo uma série de cadeiras, em tentativas vãs de sair por elas, tentei orar, mas, o terço de madeira e o crucifixo pegaram fogo diante dos meus olhos, chorar e rezar foi tudo o que me restou, já não sei mais o que fazer.
Tentei até mesmo gritar por ajuda, mas, o cabo do telefone foi cortado e os vizinhos estão mortos, eu assisti um ser maligno devorar seus corpos no jardim, diante da janela, durante a madrugada. Estou horrorizada. Por favor, filho, eu lhe imploro para que volte para casa, não sei por quanto tempo ainda estarei viva.
Sua Desesperada Mãe,
Lucy Vero
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