Visita ao mar Pricila Marchese
Meu pai não conhecia o mar.
Prometi a ele que o levaria. Quando fez 70 anos,
cumpri a promessa.
Descemos a serra.
Vendei os olhos claros de papai e avisei-o da emoção
que ele sentiria ao ser apresentado ao mar. E, quando
estava frente à imensidão azul, tirei-lhe a venda.
Perplexo e emocionado, permaneceu ali por um
bom tempo, quieto. Precisou sentar-se na areia fofa, pois
perdera a força das pernas.
Ficamos juntos numa quietude afetuosa.
Às vezes, o silêncio fala mais do que as palavras.
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